O teu olhar
O teu olhar, infernal e divino.
Gera confusão e erotismo.
Teus beijos são como ânfora de vinho
Que me joga em profundo abismo.
Trazes no teu olhar o poente e a alvorada.
Corpos se mexem entre alvos lençóis;
A espalhar os teus odores pela madrugada...
Tornando o homem covarde e a mulher amada.
Como encanto descerás dos astros;
Conduzindo pelo destino que te persegues.
Vens a semear alegrias ou desastres,
Por dominares tudo e nada te interessa.
Caminhas sobre relvas que te fascina;
Do teus temores, tuas dores te dominam,
E entre tais deleites, o próprio fascínio,
Vai te deslumbrando aos poucos.
Com o olhar o ser deslumbrado acende a chama,
Arde crepita e diz: Bendito seja o Amor!
O apaixonado vive aos pés da sua dama,
Parece uma criança com um brinquedo novo.
Mas, teus braços, teu riso é o que importa,
Teu olhar! Sensual, ingênuo e assustador,
Venha do céu ou do inferno abrem portas.
Anjo ou Sereia, conduz ao infinito o Sonhador...
Joana Franco