ET

Não pode ser deste mundo

A delícia que é você

Deve ser extraterrestre

Como os vistos na TV

Ao longe, basta a visão

Do seu corpo todo tora

Para gelar meu umbigo

Tremer por dentro e por fora

Ouço sua voz sem ver

Os movimentos da boca

Ela está na minha carne

Me deixando quase louca

Sinto um calor glacial

Vindo dos pés à cabeça

Não vejo mãos: sinto toques

Entrego-me ao que aconteça

O som lambe minhas pernas

A luz cega meus ouvidos

Ensurdeço com o fogo

Confundo os meus sentidos

A luz intensa me cega

Arrepios vêm e vão

Você, língua; eu, cachoeira

Delícia de abdução!

Verônica Marzullo de Brito
Enviado por Verônica Marzullo de Brito em 15/04/2016
Reeditado em 15/04/2016
Código do texto: T5605859
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