ET
Não pode ser deste mundo
A delícia que é você
Deve ser extraterrestre
Como os vistos na TV
Ao longe, basta a visão
Do seu corpo todo tora
Para gelar meu umbigo
Tremer por dentro e por fora
Ouço sua voz sem ver
Os movimentos da boca
Ela está na minha carne
Me deixando quase louca
Sinto um calor glacial
Vindo dos pés à cabeça
Não vejo mãos: sinto toques
Entrego-me ao que aconteça
O som lambe minhas pernas
A luz cega meus ouvidos
Ensurdeço com o fogo
Confundo os meus sentidos
A luz intensa me cega
Arrepios vêm e vão
Você, língua; eu, cachoeira
Delícia de abdução!