Rasga!
Rasga!
Lençóis e nosso céu cinzento
sobre terra e corpos.
Rasga devagar,
exala tudo,
pelos amores,
pelos rumores,
pelo mistério do umbigo teu.
'Pêlos' arrepiados de sempre.
Por que ortografia?!
Rasga!
A chuva indecente,
o suor indecente,
consciente prazer
que dilacera o tédio
com gritos safados
e vida sincera.
Rasga.
Derrama.
Repete.
Por que política, meus caros?!
Lençóis e nossos corpos cinzentos
de intemperismo e calmaria...
Sementes desejosas,
carinho dos lábios,
volúpia dos olhares,
fúria incessante
que nos mantêm vivos
e inacabados.