Noite centelha fervente fugaz marulha

Minha fala rouca narra a centelha fervente fugaz

Minha mão tenaz retalha, retira tua camisa vermelha

Minha retina distinta destina teus lábios transbordantes

A meus lábios arfantes,

A calma desvanece e o desatino padece

Cedido pelo sal da tez meu lábio segue agonizando de prazer no calor dos poros

Segue selado como tatuagem, grudado ao pescoço

O corpo mínguo se torna profuso à meu regozijo

Desenraizei a íris e a fiz revirar, girar, gritar

Os apelos pelados urdiam pelos pêlos

Instando promessas cumpridas sem zelos

De furor fatídico de falos e falas renascentes

Nascentes de águas tênues de ágil amplidão

Encontro das águas, encontros dos rios

Forças paralelas que se transpõe mutuamente

Vazão de claridade arrebentadora de bruma e prazer

Língua correnteza arrasta-nos na marula da madrugada

Explodindo prazeres iguais na escuridão estelar

Madrugada rara de calores e poesia salgada

De sentido e esquerda milenar

Lucas Guerra
Enviado por Lucas Guerra em 02/03/2016
Código do texto: T5560830
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