Noite centelha fervente fugaz marulha
Minha fala rouca narra a centelha fervente fugaz
Minha mão tenaz retalha, retira tua camisa vermelha
Minha retina distinta destina teus lábios transbordantes
A meus lábios arfantes,
A calma desvanece e o desatino padece
Cedido pelo sal da tez meu lábio segue agonizando de prazer no calor dos poros
Segue selado como tatuagem, grudado ao pescoço
O corpo mínguo se torna profuso à meu regozijo
Desenraizei a íris e a fiz revirar, girar, gritar
Os apelos pelados urdiam pelos pêlos
Instando promessas cumpridas sem zelos
De furor fatídico de falos e falas renascentes
Nascentes de águas tênues de ágil amplidão
Encontro das águas, encontros dos rios
Forças paralelas que se transpõe mutuamente
Vazão de claridade arrebentadora de bruma e prazer
Língua correnteza arrasta-nos na marula da madrugada
Explodindo prazeres iguais na escuridão estelar
Madrugada rara de calores e poesia salgada
De sentido e esquerda milenar