Feromônio

Sinto nêga Iracema,

Ela exala poema...

Naturalmente afrodisíaca.

Alma obscena,

Atiçou folha, pena...

E as BPMs cardíacas.

Ela é flor que se cheira,

Queira...

Ou não, pois...

Sem mais nem por que,

Transpira o buquê...

Inebriante das bordôs.

Sinto nêga Iracema,

Encharcada de alfazema...

Inodora.

Como torcer o nariz?

Se dos meus “eus” febris...

Seu almíscar se assenhora.

Sob sua anágua,

Há uma nascente de água-

De-cheiro.

Tal qual não há em Paris,

Seu suor de âmbar-gris...

Toma-me por inteiro.