Fênix
Tinha um quê de brasa; não, fogaréu,
Ela era assim, nos olhos as labaredas,
Na pele um quente, feito o sol no céu,
Carne, picante sabor, flor nas veredas.
Por dentro, uma volúpia de pensares,
Mãos nervosas escorriam em toques,
Andavam aqui, ali, e todos os lugares,
Enfiava unha nos cabelos e retoques.
Incendiada entranha, fogo em paixão,
Movimentos elétricos, desordenados,
Em anseios obscenos, desgovernados.
E explodia derramando a devassidão,
Olhos fechados; recolhia-se nesse jogo,
E de repente ressurgia em outro fogo.
Uberlândia MG
Soneto infiel - sem métrica
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