Fênix

Tinha um quê de brasa; não, fogaréu,

Ela era assim, nos olhos as labaredas,

Na pele um quente, feito o sol no céu,

Carne, picante sabor, flor nas veredas.

Por dentro, uma volúpia de pensares,

Mãos nervosas escorriam em toques,

Andavam aqui, ali, e todos os lugares,

Enfiava unha nos cabelos e retoques.

Incendiada entranha, fogo em paixão,

Movimentos elétricos, desordenados,

Em anseios obscenos, desgovernados.

E explodia derramando a devassidão,

Olhos fechados; recolhia-se nesse jogo,

E de repente ressurgia em outro fogo.

Uberlândia MG

Soneto infiel - sem métrica

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 16/12/2015
Código do texto: T5481537
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