(...) porque a respiração é ave abandonada ...
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porque a respiração é ave abandonada;
quando o precipício do corpo se queda;
é a vertigem de sentinela alada;
é a mudez mais íntima e rouca;
como as montanhas que chiam ao anoitecer ...
é o sorriso delicado e s-u-s-p-e-n-s-o;
como as asas de algum arcanjo
a pairar moroso e sacro
como as catedrais cálidas de encantos ...
é o gemido no morder dos lábios ...
é o estremecer dentro da febre
é o morrer sem a mínima urgência
é o não temer a morte na extrema premência ...
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Christina Perri
A Thousand Years