Luminações
Quando a primeira estrela brotou
Em lâminas de prata e aço
Seu corpo livre
Riscou o cosmo
Encantando-se no espaço.
Adormecida no abraço da noite
Queria ser lua
Plena em suas fases
Em mistérios
Queria ser runa.
Devagar, sem a pressa de quem não ama,
Passou a língua no céu...
Da boca...
Da noite...
E foi virando chama
Quando a noite se incendiou.
No arrepio da madrugada
Deixou-se ficar
Cálida
Cética
Náutica
No desejo de ter o mar.
Em queda livre
Numa paz de libertos
Deixou-se levar
Rodava
Em movimentos convulsos, incertos.
Nas mãos, fagulhas de astros
Era o desejo de amar.
Assim, neste sonhar,
No afã de se eternizar
Grafava na própria pele
Verbos de intensa paixão
Querer, ansiar, palpitar.
Beijo a todos!