Por um fio
Incomoda, esse anseio nada casto,
Contrariado, o próprio domínio testo;
Por ora, ainda vou bem, acho, resisto,
Porém, está tatuado em mim teu rosto,
ou mais, um querer a qualquer custo...
Desejo, faceta canibal nada drástica,
Todos se servem dessa tal doméstica;
Se, elevam o amor em redoma mística,
É que a poesia tem essa via pernóstica,
No fim, o amor trilha por senda rústica...
Sim essa anti-esteta que devora ávida,
do amor, a colheita, chegada à época;
De abstrairmos a alma em prol da física,
Depois de cantar em poesia a bela ótica
Soltamos bichos rumo à caverna úmida...
Claro que é efêmera essa brasa que arde,
Mas, o faz, mesmo sobre a lenha verde;
Negar isso é ser hipócrita, não, humilde,
Sexo lícito, bênção, prazer assim não morde,
É o fio encarnado que a felicidade urde...