e anoiteço sem respirar ...

[...]

... porque é a tua boca

que morde o meu sangue

desafiando as veias

e as artérias ...

... porque é a tua pele

que me derrete na quentura

deslizando os barcos

nos mares de lonjuras ...

e as palavras já não suportam

o peso dos teus dedos

nem a leveza dos meus dentes

que te dilaceram ...

... porque uso a língua

para saborear todos as distâncias

de todos os quereres ...

e anoiteço sem respirar.

e morro sem o teu mar.

Tiê "A Noite"

(https://youtu.be/1Ngn3fZIK2E)

Kathmandu
Enviado por Kathmandu em 28/07/2015
Reeditado em 29/07/2015
Código do texto: T5327078
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