noites sem luar ...

***

é no entreabrir dos meus lábios

que sinto a lua deleitável e notívaga

diante da umidade que prostra nos rios

... intensifica arisca o que fito; me traga

e que de mim; tenhas apenas o arrepio

que me liga aos meridianos distantes

astros onde me excito; piro e cio

do mel ao zelo; do pau eu tiro ...

e me chegue na morte dessa saudade

onde enterrei as noites sem luar

na frincha que queima e ainda arde;

adivinhas o tanto do que vim a me resguardar (?)

... só me resta a aguinha que me expele

dessas que escorrem em beijo de língua ...

o chiado rouco é pouco ... é droga, mas não repele

de tantas luas a derramarem à míngua ...

Fagner e Zeca Baleiro - Dezembros

Kathmandu
Enviado por Kathmandu em 27/07/2015
Reeditado em 27/07/2015
Código do texto: T5325452
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