noites sem luar ...
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é no entreabrir dos meus lábios
que sinto a lua deleitável e notívaga
diante da umidade que prostra nos rios
... intensifica arisca o que fito; me traga
e que de mim; tenhas apenas o arrepio
que me liga aos meridianos distantes
astros onde me excito; piro e cio
do mel ao zelo; do pau eu tiro ...
e me chegue na morte dessa saudade
onde enterrei as noites sem luar
na frincha que queima e ainda arde;
adivinhas o tanto do que vim a me resguardar (?)
... só me resta a aguinha que me expele
dessas que escorrem em beijo de língua ...
o chiado rouco é pouco ... é droga, mas não repele
de tantas luas a derramarem à míngua ...
Fagner e Zeca Baleiro - Dezembros