Confissões de um padre
Eu amo o Senhor, meu Deus, de todo o coração
A Ele quero dedicar minha vida, com exatidão
Porém, confesso que não aguento
Quando no altar eu me sento
E fico a contemplar
Uma moça tão bonita e tão formosa
que ao se ajoelhar fervorosa
Vive, suas coxas, a mostrar
Oh, que coxas! Parecem tão macias e delicadas
Que só de imaginá-las
Faz-me estremecer e suspirar!
Confesso que me sobe um fogo debaixo da batina
Quando olho aquela menina
Que no primeiro banco vive a sentar
Ela me olha intrinsecamente
Com o seu olhar ardente
Que faz todo o meu corpo arrepiar
Confesso que espero assiduamente
Conto os minutos sequentes
Para o momento do “Pai nosso” chegar
Onde o coroinha menino
Com inocência e desatino
Põem-se, minha mão, a pegar
Oh! Não sabe ele a sensação que me provoca
Quando a minha mão ele toca
Fazendo-me excitadamente ficar
E aquela freira pequenina
Que de tão bela me fascina!
Sua pureza de menina
Faz-me vigorosamente delirar
Por isso, meu Deus, te peço perdão!
Perdão pelos meus desejos carnais
Que de tão fortes e reais
Me provocam tamanha devassidão!
Que nesse mundo perverso
Maldoso e adverso
Tu não me deixes cair em tentação!