Presa
Entre sequoias e canídeos se agiganta
uma boca selvagem, territorial,
que me prova em seus domínios como um animal
que, de curiosa investigação
toma de súbito a ação de um chacal,
como se a frívola espinheira santa
tornasse planta carnívora.
Víbora boca inculta de mulher metamorfa,
lambe e morde e digere se ataca,
injeta no meu sangue a peçonha órfã
que se apodera de tudo, endurece-me a carne,
incendeia à fogueira a mata,
mata o verde, ferve os sangues dos carnais,
mas libera na imensidade, agressivo,
o grito selvagem de Liberdade
de todos os seres vivos.