Sinto-te vinho
a escorrer suavemente
pela garganta da minha pele.

Vejo-te linho,
escondendo-se malicioso
pelos meus lençóis.

Encontro-te caminho,
percorrendo as linhas
tortuosas do meu corpo.

Descubro-te albarinho,
especialmente amadurecido,
para minha sede saciar.

Colho-te azevinho,
passando pela epiderme,
tuas mãos, suave arrepios.

Provo-te carinho,
teu ninho,
aconchego-te,

- para morrer em ti,
e depois
voltar a viver!