Na chuva, na cama
Chove sobre a cidade
E me pergunto sobre o mar
Solitário espumante.
A areia deve estar socada
Sem vestígios de pés
Sem marcas de corpos.
No porto
Sempre para o nascente
Um olhar machucado
De álcool e fome
Penetra o horizonte.
Olhos fatigados
Rezam pela claridade do dia.
Jogadas,
Sondas e redes
Adormecidas
Abandonadas.
Em algum leito
Sobre uma colcha barata
Fundem-se calados dois amantes
Mutação:
Um só corpo
Um só coração
Gemidos e espasmos
Nas sombras do dia
Esperam a chuva passar.
Beijo a todos!