Na chuva, na cama

Chove sobre a cidade

E me pergunto sobre o mar

Solitário espumante.

A areia deve estar socada

Sem vestígios de pés

Sem marcas de corpos.

No porto

Sempre para o nascente

Um olhar machucado

De álcool e fome

Penetra o horizonte.

Olhos fatigados

Rezam pela claridade do dia.

Jogadas,

Sondas e redes

Adormecidas

Abandonadas.

Em algum leito

Sobre uma colcha barata

Fundem-se calados dois amantes

Mutação:

Um só corpo

Um só coração

Gemidos e espasmos

Nas sombras do dia

Esperam a chuva passar.

Beijo a todos!

Maria letra e cor
Enviado por Maria letra e cor em 24/05/2015
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