Ode a Louise Labé * Antonio Cabral Filho - Rj

Ode a Louise Labé

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Não invejem assim

tão licenciosamente

o objeto amado

e seu amante

pois viver é

amar tão simplesmente

que o contradito

nem se faz constante.

Não há musa solteira

nem coração sem chamas

nem Laura sem Petrarca,

Beatriz sem Dante,

Salomé sem Rilke,

Lila sem Maiacovski,

Carolina sem Machado,

Pagu sem Oswald

ou Louise Labé

sem seus amantes

e eros sem Afrodite.

Inútil opor estrela e brilho,

pois assim como os ateus

neguem existência a Deus

e os judeus ignorem Jesus,

o belo serve à luz.

Mas no céu dos poetas

Louise Labé é diva

senhora de harém particular

e cada deus das suas fantasias

vive plugado ao seu imaginário.

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Antonio Cabral Filho
Enviado por Antonio Cabral Filho em 24/04/2015
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