Sedução
Nas tardes difusas
Criava cores o pintor
Matizes para pintar a amada.
As cores eram
Neutras
Terrosas
Aveludadas
Ela, deitada e nua
Lindamente despudorada.
A visão do artista se transfigurava
Dos dedos vertiam tintas
Âmbar, acobreadas
Ela esguia e gótica
Cabelos em cascata
A face era pálida
Estátua clássica em pedra cinzelada.
As mãos descansavam
Sobre os seios
Fartos e bélicos
Que palpitavam
O corpo - semidormente -
Quedava-se de lado
Inerte
Abandonado.
O ventre era morno
Inexistente e delgado
Estudava o artista
A anatomia do corpo
Que desejava ser tocado.
O sexo seria o mistério
Fruto de desejo e pecado
Estava coberto
Delicadamente tapado.
Estiradas
- Eram colunas gregas -
As pernas torneadas.
E sonhava o pintor
Com a musa
De olhos de lua
Nas sombras da noite
No viés da madrugada.
Beijo a todos!