Coringa

Desmaia intrinsecamente em mim todo seu mistério

Queima-me com ele e arde-me interiormente com seus olhos

Nesse momento não me cansa nem um vitupério

Somente seu mistério que entorpece meu olhar

E me deixa varrido e afogado nos castanhos desse soar,

Sigo asfixiado com o ar da sua boca, e esmagado pela brasa de sua língua

És de deixar a santa louca e sentir dor míngua

Me bebeu como pinga,

A ardência era meu coringa

Na escuridão não sabemos quem somos

No violão não sabemos que fomos

Na arrebentação quebramos contra as rochas

As cordas negaram esse puxar

Minhas coxas ultimam a suas

E com meu calor as marco, desmarco

Trovei seus olhos

Tomei sua saliva

Verti os abrolhos

E minha sanidade se decliva.

Lucas Guerra
Enviado por Lucas Guerra em 22/02/2015
Reeditado em 22/02/2015
Código do texto: T5145696
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.