Coringa
Desmaia intrinsecamente em mim todo seu mistério
Queima-me com ele e arde-me interiormente com seus olhos
Nesse momento não me cansa nem um vitupério
Somente seu mistério que entorpece meu olhar
E me deixa varrido e afogado nos castanhos desse soar,
Sigo asfixiado com o ar da sua boca, e esmagado pela brasa de sua língua
És de deixar a santa louca e sentir dor míngua
Me bebeu como pinga,
A ardência era meu coringa
Na escuridão não sabemos quem somos
No violão não sabemos que fomos
Na arrebentação quebramos contra as rochas
As cordas negaram esse puxar
Minhas coxas ultimam a suas
E com meu calor as marco, desmarco
Trovei seus olhos
Tomei sua saliva
Verti os abrolhos
E minha sanidade se decliva.