POETA BRONZEADO
Sou menino do Rio,
carioca orgulhoso.
Constantemente no cio,
adoro um dengo gostoso.
Na praia fico aturdido
com tanta gatinha atraente.
Com olhar bem sofrido,
finjo que sou carente.
Corpo queimado na areia,
marca da sunga a mostra,
atrai qualquer sereia.
Sei do que ela gosta.
Ela, com mãos delicadas,
quer o óleo passar.
Com alma e mente safadas,
como vou recusar ?.
Aos poucos sou invadido
por um desejo tamanho.
Tento manter escondido,
da moça, o quanto me assanho.
Desisto, capitulei.
Não vou mais segurar.
Na sua boca grudei,
delicioso beijar.
Dali, pra cama, é um passo.
A sunga é logo arrancada.
Seu corpo, nu, eu amasso.
A troca do óleo é sagrada.