Cerberus
Quis de Cerberus a morte do gozo
a petite mort encantada;
com o olor de todas as águas
onde as tintas se misturam furiosas
num vermelho crudelíssimo:
- amor e ódio - dor e prazer -
violência branda/faca afiada/dança espalmada
punhal de linho/eixo no meio/lua esmerilhada...
Onde o inferno sustenta
tantas dardos em seu alvo
Onde o sangue escorre da greta
e o hálito é mais quente feito o inferno que se deleita;
Onde a quentura é mais exposta e morosa
porque é pura lascívia e desejo
E Cerberus, cão raivoso e danado,
fode como quem alimenta a pequena morte
Deixa nos cortes a sua marca
Onde a dor é infinita
e a pungência é de quem grita
a blasfêmia no prazer ...
E no meu querer de mais uma vez
em ti
m o r r e r [...]