Árdua
Árdua é o que te pareço/árdua... árdua...
quando escondo o meu prazer...
mas tudo molha / e tudo alaga
como se fosse a enchente
de algum rio transbordante
E ruborizo a face & os meu olhos se estreitam
*quando das minhas coxas ainda vazam
com a vergonha de algum deleite...
com o pejo num vermelho /
com uma lua mais rasgada /
com um tigre que me ronda /
e me estica ferozmente até a ponta dos pés...
E vibro/e coro/e sinto o pejo.../
pois sei morrer de gozo
num silêncio crucificado
até a minha saliva escorrer eterna
Sem você perceber.
E te digo atroz: urdindo... devo gozar bem mais
na vertigem que me sussurra, no chiado dessa clausura.
Ardida como nunca. (...)