Árdua

Árdua é o que te pareço/árdua... árdua...

quando escondo o meu prazer...

mas tudo molha / e tudo alaga

como se fosse a enchente

de algum rio transbordante

E ruborizo a face & os meu olhos se estreitam

*quando das minhas coxas ainda vazam

com a vergonha de algum deleite...

com o pejo num vermelho /

com uma lua mais rasgada /

com um tigre que me ronda /

e me estica ferozmente até a ponta dos pés...

E vibro/e coro/e sinto o pejo.../

pois sei morrer de gozo

num silêncio crucificado

até a minha saliva escorrer eterna

Sem você perceber.

E te digo atroz: urdindo... devo gozar bem mais

na vertigem que me sussurra, no chiado dessa clausura.

Ardida como nunca. (...)

Kathmandu
Enviado por Kathmandu em 27/12/2014
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