Insone

Utilizei a noite para contar estrelas

tateei a insônia para sentir a lua

- bem antes da ruptura rasgada -

e à forceps, deixei as entranhas

e derramei todo o escarlate

E a noite me usou na brandura

como quem alisa as pétalas nuas

E do meu ventre em convalescença

deitei os rios na cabeceira

na torpidez de quem anuncia

na aridez de toda a areia

e silenciosamente a noite adormece

n'algum gozo... talvez.

Kathmandu
Enviado por Kathmandu em 16/12/2014
Código do texto: T5071226
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