DOIS FURACÕES

Estamos, aqui, embolados,

meu corpo se achando no seu.

Nus, plenos, suados,

amor sem pecados, ateu.

Estamos, aqui, esfolados,

sem hora para terminar.

Até que fiquemos saciados,

muito gozo pra rolar.

Estamos, aqui, mergulhados,

num mar chamado Prazer.

Cegos, surdos, safados,

Netuno não pode saber.

Estamos, aqui, encantados,

tal qual tela de Monet.

Dois furacões acoplados,

cama que só faz gemer.

Poeta Télio
Enviado por Poeta Télio em 15/12/2014
Código do texto: T5070117
Classificação de conteúdo: seguro