INSPIRAÇÃO

Rasgadas as roupas das horas frias

afloram-se pelos e letras adormecidas

arrepios vertiginosos acalorando a tez

onde os sentidos se perdem pelos vãos

Que a licença poética me de asas e asas

e que elas me levem, ao templo onde ardem

todas as quimeras com tuas faces de deusas

entoando cânticos salazes e gemidos pagãos

Nesta palidez que habita a minha carne agora

sejas tu centelha, áurea em rubor, imaginação

Que a altivez do teu toque perfumado de rosas

liberte o verso com audácia, leveza e profusão

Faça-me teu anjo ou tua escrava, dama cálida

e sejas tu, o peso inerente sobre o meu corpo

a língua fremindo desejos, os dedos, a mão

Cálice a derramar-se em tintos sabores

Bebes-me sangue, intensidade e palavras

pois, que sou todas e aquela única que rima

com sensualidade, loucura, amor e paixão

Insensatez!

A flor...

Que da nudez, explícita de minh' alma brotem

suores e orgasmos exalando, olores de poesias

Lambes tu de meus versos

todo vestígio de lucidez

Kellen Cristine
Enviado por Kellen Cristine em 12/12/2014
Reeditado em 14/12/2014
Código do texto: T5067476
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