De noite

A noite você é amarrado a mim

por cordas invisíveis

você não sabe que me visita

seu espírito se faz presente

em minha cama nus voamos

nas ondas do onírico onde tudo é possível

quisera eu transpor a utopia

transformar em realidade a fantasia

pudera deveras ser tua de verdade

tua voz ficou marcada em meu ouvido

não posso esquecer, fazê-lo ausente

te desconectar de minha mente

enquanto me toco choro

nas asas do imaginário és parte minha

na noite úmida, solitária, fria

de mais ninguém, sou tua.

O levo tatuado no peito

molhado entregue

pedindo todo o dia

a libertação das correntes

queria ser sua razão

a peça desse quebra cabeça

te completar em todos os sentidos

és tudo que sempre desejei

nua me derramo, te espero

sou capaz de mudar tua rotina num segundo

mas o milésimo se desfez

se quiséssemos juntos poderíamos ser

o tudo que falta em nós

e somente haveria gozo e prazer

esse profundo vazio se fragmentaria

você é a peça perdida do enigma

insolúvel, incompleto, desmembrado

que não há como consertar

pois jamais a ti irá se encaixar.

Helena Dalillah
Enviado por Helena Dalillah em 09/11/2014
Reeditado em 14/08/2020
Código do texto: T5029047
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