Fruto proibido
Não desvies a seta do alvo
Eu que sou a fruta proibida
Dá-se como quem morde a salvo
Devora-me o quanto antes escorrida
Manchas de escarlate os teus dentes
Mostro que o meu sumo é pegajoso
E em campânulas vou abrindo mais rente
Ao ardor que te causa o meloso
E vou derramando o meu doce
E vais saboreando na língua
Por mais proibida que eu fosse
E Eros deleitou-se com a cena
Na mais pura cumplicidade
E viciante ficaste na minha fruta obscena