Virações
São ternas as tardes de outubro
As folhas pintam o chão
E um vento guri não se cansa
Leva tudo de roldão.
Porque são tardes de outubro
Tudo voa, há ventania
Folhas de livros, lembranças
Pandorgas e esperanças
Voam notas da melodia
E um sino voraz apregoa e anuncia
Haikais de Leminski
Despencam do ar.
Como são plenas as virações
Há pombos em telhados,
Beijos roubados em porões,
Saudades e ilusões,
Corpos em fogo e furacões
E como há pecado quando este vento dá..
A vontade é partir
Mas o desejo mais forte é ficar.
Como doem as tardes de outubro...