Virações

São ternas as tardes de outubro

As folhas pintam o chão

E um vento guri não se cansa

Leva tudo de roldão.

Porque são tardes de outubro

Tudo voa, há ventania

Folhas de livros, lembranças

Pandorgas e esperanças

Voam notas da melodia

E um sino voraz apregoa e anuncia

Haikais de Leminski

Despencam do ar.

Como são plenas as virações

Há pombos em telhados,

Beijos roubados em porões,

Saudades e ilusões,

Corpos em fogo e furacões

E como há pecado quando este vento dá..

A vontade é partir

Mas o desejo mais forte é ficar.

Como doem as tardes de outubro...

Maria letra e cor
Enviado por Maria letra e cor em 27/10/2014
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