MÃOS AMANTES
Quando te toco,
minhas mãos finas
sentem a macieza
de lã do teu corpo,
como se tivesse
tocando em tua
leveza de nuvem
branca sob o céu.
Mas o teu corpo
também me traz
um cheiro de flor
fresca de orvalho
no alvor da manhã,
após o beija-flor
já ter sorvido
o doce néctar.
Assim, bem natural,
você curte o toque
das minhas mãos
amantes, deslizando
em tua pele macia;
e elas, as mãos,
sentem um leve
tremor de arrepio
do teu corpo,
que se contorce
qual prazer de cio.
Destarte, meu amor,
você nada me diz;
apenas curte sentir
de olhos fechados,
a leveza do toque
das minhas mãos
doando-te carícias:
que te comprazem,
que te incitam,
que te excitam
em teu íntimo,
intenso instante
de clímax inato.