MÃOS AMANTES

Quando te toco,

minhas mãos finas

sentem a macieza

de lã do teu corpo,

como se tivesse

tocando em tua

leveza de nuvem

branca sob o céu.

Mas o teu corpo

também me traz

um cheiro de flor

fresca de orvalho

no alvor da manhã,

após o beija-flor

já ter sorvido

o doce néctar.

Assim, bem natural,

você curte o toque

das minhas mãos

amantes, deslizando

em tua pele macia;

e elas, as mãos,

sentem um leve

tremor de arrepio

do teu corpo,

que se contorce

qual prazer de cio.

Destarte, meu amor,

você nada me diz;

apenas curte sentir

de olhos fechados,

a leveza do toque

das minhas mãos

doando-te carícias:

que te comprazem,

que te incitam,

que te excitam

em teu íntimo,

intenso instante

de clímax inato.

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 27/10/2014
Reeditado em 24/06/2017
Código do texto: T5013153
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