Transe
As vozes se calaram
Nem os ecos proclamaram
_ até o desmando das montanhas
cordilheiras das minhas ancas
_ das pernas em paralelas
entreabrindo as janelas
de um gozo mais salgado
_ Dos mares à indecência
Não do seu sexo...
Mas das minhas palavras
... dos meus mamilos bem eretos
procurando a tua língua...
_Dos meus vícios, o mais certo:
- um gemido após o outro
num morder de lábios espraiados
_ E as minhas coxas ainda se abrem
nos virtuosos dedos que ainda me cabem
porém entristecidos, soam-me
Como se quisessem arrancar-me
desse transe... desse disfarce...