Languidez
Inflama-me essas horas tão pagãs
De onde tiro tamanha inocência
Foste brando na minha pele sã
Foste o homem a me deitar clemências
Queria-te novamente em meus devaneios
Falar mil besteiras e depois envergonhar
Sentir teus doces beijos em permeios
Fingir uma devassa e no fundo acreditar
Queria ser a tua raíz bem ao meio
Plantar-te como quem enterra seu ente
E depois deixar bem ardente o meu seio...
Isso eu chamo de paixão e violência
Ser como você sequer imaginou
Até o meu cheiro te causar a essência
"E dos meus anseios te mostrar a minha dor".