Tarde louca
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Noite ardente.
O delírio da febre;
a voz rouca,
sussurrando ao teu ouvido...
E a vontade (Louco?),
de um homem proibido,
por uma tarde louca;
uma tarde pouca,
diante de tantos desejos.
O chão foi pouco.
Correndo desnecessários riscos,
você subiu na louça.
Gritando – ‘Quero que ouça!’,
deslizou...
Entre o branco da decoração
e o filete da lâmina
contundente.
Ouvi o som dos choques corporais.
No teu corpo há sonhos,
sinais que indicam caminhos.
Ainda sinto cada detalhe
de quando meus dedos,
sem nenhuma pressa, ligavam pontos.
Na geografia,
curvas, saliências, reentrâncias...
Símbolos pontuais do paraíso.
Trocamos confidências.
Teu corpo, apesar do desejo,
parecia tenso, deixando evidências.
Medo? Espanto? Sonho?
Da tarde, além do teu cheiro,
trouxe comigo o sabor de chocolate,
o perfume do reencontro
e a imagem de você deitada,
silenciosamente e reflexiva,
no banco detrás.
Iguatu/CE, 4 de setembro de 2014.
12h23min
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