Em Tons Nácar
Ah, mar!... Meu Mar
Anseio pela calmaria do teu olhar
Pelos raios dourados destes teus sorrisos
Pelas noites e tormentas do teu corpo
Pelas tuas águas insanas e convulsas
Que invadem as minhas praias
Arrancam com toda pressa a minha saia
Fazendo do meu corpo teu efêmero paraíso
Avassalam impiedosas as minhas areias
E lambem sem pejo, as pernas das palmeiras
Que frementes balançam tuas copas
ao bel prazer dos dedos lúbricos de Zéfiro
E desbravam minhas grutas e fendas
Densamente úmidas e submersas
Onde adormecem a flor e a pele nua
as belas e enigmáticas sereias seminuas
De onde emergem ecos roucos
e os gemidos loucos de ais e mais
Das ostras, que se abrem em oferendas
sob os raios prateados e reluzentes do luar
Que choram, pérolas de prazer, em tons nácar
Ah, Mar! Meu Mar
... em ti sou ilha
perdida
Nesta infinitude de desejos
que em ti há