Em Tons Nácar

Ah, mar!... Meu Mar

Anseio pela calmaria do teu olhar

Pelos raios dourados destes teus sorrisos

Pelas noites e tormentas do teu corpo

Pelas tuas águas insanas e convulsas

Que invadem as minhas praias

Arrancam com toda pressa a minha saia

Fazendo do meu corpo teu efêmero paraíso

Avassalam impiedosas as minhas areias

E lambem sem pejo, as pernas das palmeiras

Que frementes balançam tuas copas

ao bel prazer dos dedos lúbricos de Zéfiro

E desbravam minhas grutas e fendas

Densamente úmidas e submersas

Onde adormecem a flor e a pele nua

as belas e enigmáticas sereias seminuas

De onde emergem ecos roucos

e os gemidos loucos de ais e mais

Das ostras, que se abrem em oferendas

sob os raios prateados e reluzentes do luar

Que choram, pérolas de prazer, em tons nácar

Ah, Mar! Meu Mar

... em ti sou ilha

perdida

Nesta infinitude de desejos

que em ti há

Kellen Cristine
Enviado por Kellen Cristine em 29/08/2014
Reeditado em 13/09/2014
Código do texto: T4941812
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