PROSA DA GRAÇA

QUANDO ELA PASSA FAZ PIRRAÇA

ATÉ A CALÇADA CEDE E TREME

RECHEIO DE TOQUES DELICADOS

DETALHES EDITADOS SENSUAIS

PISANDO NO SALTO FINO

O VENTO EQUILIBRA O SEU CORPO

QUE EXIBE AS CURVAS INSINUANTES

MUDANDO A ROTA DO DESTINO

PASSOS FLUTUANTES SEMELHANTES

AOS PASSOS DA PANTERA COR-DE-ROSA

A FONTE DO POETA NESSA PROSA

QUALQUER POLIGLOTA FICA GAGO

TODO ATOR ENTRA EM CENA

SUAS MINE-VESTES EXCITAM

A MAIS TÍMIDA NUDEZ

SUTILEZA PERFEITA NA MEDIDA

PROVOCAÇÃO DA DESORDEM MENTAL

UMA ESCULTURA AMBULANTE

BURILADA SOB A ALTA INSPIRAÇÃO

QUANDO ELA PASSA FAZ PIRRAÇA

SOU EU QUEM FICA SEM GRAÇA

ELA É A GRAÇA QUE ALCANCEI

E NUM DIA AO MEIO DIA

NA PRAÇA DA SÉ EU LHE DEIXEI

E NUNCA MAIS A ENCONTREI