Sujeito Imperativo

(...)

Não gosto do silêncio que me corta os pulsos

Que me faz sangrar o peito

Gosto do Sujeito que me doma o corpo

a alma, a razão; o meu ar

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Um não saber do que virá no teu olhar

Que estremece a minha carne, me faz corar

Um; que será? Indefinível, que me toma

Um quase desejar a morte e chegar ao céu

Um arrepiar das pontas das estrelas na nuca

Cravadas nos anseios da pele ao léu

Anjo vadio, com ares de Sujeito Imperativo

Lascivo, caido, nesta minha Torre de Babel

Que me cala os lábios com beijos profanos

Dono do tempo e das rédeas

Dos chicotes mundanos do pensamento

Da língua que me algema sobre a cama

Senhor do cravo que me rasga em sedas

Que assanha no ventre, o prazer das entranhas

Ah! Se elas falassem! Ah! Mas não podem

A umidade que as invade e que as encharcam

Sufocam a fala e entopecem os sentidos

Nesta insanidade, sanamente consentida do meu corpo

A dor! Teu bel prazer, nossos gemidos, o gozo

Kellen Cristine
Enviado por Kellen Cristine em 26/07/2014
Reeditado em 28/07/2014
Código do texto: T4897190
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