Sujeito Imperativo
(...)
Não gosto do silêncio que me corta os pulsos
Que me faz sangrar o peito
Gosto do Sujeito que me doma o corpo
a alma, a razão; o meu ar
***
Um não saber do que virá no teu olhar
Que estremece a minha carne, me faz corar
Um; que será? Indefinível, que me toma
Um quase desejar a morte e chegar ao céu
Um arrepiar das pontas das estrelas na nuca
Cravadas nos anseios da pele ao léu
Anjo vadio, com ares de Sujeito Imperativo
Lascivo, caido, nesta minha Torre de Babel
Que me cala os lábios com beijos profanos
Dono do tempo e das rédeas
Dos chicotes mundanos do pensamento
Da língua que me algema sobre a cama
Senhor do cravo que me rasga em sedas
Que assanha no ventre, o prazer das entranhas
Ah! Se elas falassem! Ah! Mas não podem
A umidade que as invade e que as encharcam
Sufocam a fala e entopecem os sentidos
Nesta insanidade, sanamente consentida do meu corpo
A dor! Teu bel prazer, nossos gemidos, o gozo