BOCA DOS LABIRINTOS
Boca que guarda a vontade
de em outra boca estar.
Boca real, de verdade,
precisa ter a quem beijar.
Boca de mil labirintos,
língua de doces venenos.
Boca de lábios famintos,
desejos que não são pequenos.
Boca que, na madrugada,
pelo meu corpo passeia.
Boca sutil, assanhada,
a me prender como teia.
Boca que faz brincadeiras,
me leva ao paraíso.
Boca que fala besteiras,
nela, perco o juízo.