Esse amor

Quantas vezes te digo

e bendigo:

Corta-me os punhos

que me lavo desse sangue

esse amor de gravatá

em escarlate triturante

Ama-me até às 13:00

quando o sol se revela a pique

pisoteando os meus nervos

em folhas de verão

nos meus cabelos esvoaçantes

e quando os corcéis me trotarem

além de tu, oh, meu amor, crucificai-me

entre beijos de alfazemas

nesse jardim de libélulas plenas

amainando o meu fervor

numa história de amor

acalmando-me entre os braços

de um Orfeu bem ofegante

cheirando à morte

ressuscitando a minha dor.

Kathmandu
Enviado por Kathmandu em 09/07/2014
Reeditado em 09/07/2014
Código do texto: T4875662
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