O desejo
Às vezes, o desejo espreita a porta
Silencioso, vaga manso,
Buscando o momento de chegar-se
Sútil sopra seu bafo leve e foge
Escorrega entre os dedos, debatendo-se,
Ofegando, moribundo, vai vagando
O desejo espreita a porta
Entra sem aviso e se aconxega
Beija nossas faces mortas e frias
Marca delirante de agonia,
Deixa em nossas peles
O desejo, esse ladrão de almas
Converte tudo em euforia
Num eterno carnaval de fantasias
Torna a vida menos calma