Paixão torturada
Deixe que o corpo arda...
Deixe que o desejo consuma e se perca
Deixe que a chama morra e reviva
Deixe que a pele se esvaia em pranto de suor e doçura
Deixe que a vida se esvaia e padeça
Deixe que o beijo como e torture
Deixe que as linhas mansas se encontrem
Deixe que o corpo murmure e sinta
Deixe que a mão acaricie e roube
Deixe que a alma transcenda e rogue
Deixe que nada reste, que nada permaneça
Deixe que o gosto flua e a vela caia
Deixe que as chamas consumam o leito morno
Deixe que não haja paz, mas inquietude
Deixe que haja verbo, que haja amor
Deixe que não passe, mas que marque
Deixe que a cicatriz de sangue doa
Deixe que nada reste, que tudo passe
Mas não deixe que a paixão morra