DEUSA MOLHADA
Teu rosto era de uma deusa
Caída do olimpo numa tarde chuvosa
Um quadro de Goya
Os cabelos molhados
Eram as rédeas prontas para uma insana cavalgada
Teus lábios candentes e secos
Clamavam caricias e ardentes mordidas
Faiscavam raios dos olhos túmidos
O dorso alto e envergado
Tinha a curvatura da terra
Com seus precipícios perfeitos
E vales profundos
O alto das coxas roliças, que visão!
Ficava a porta do céu e da perdição
Por onde o homem entra e nunca mais
Consegue sair!