Prosa Censurada
PROSA CENSURADA...
Depois daquela “prosa afiada”,
demoradamente, nos despedimos
num longo abraço, afetuoso...
Fiquei ali mesmo, triste, desolada,
sentada no meio fio da avenida,
naquela suja calçada...
Pensando no que fazer da vida,
querendo minha dor, atenuar,
enxuguei as minhas lágrimas, e pensei:
Há... Quanto tempo atrás?!...
Quando eu ansiosa o esperava, de lingerie,
sapatos saltos altos, de corpete preto,
meias também pretas, de malhas arrastão...
Que deixava meu corpo belo,
escultural, a esbanjar atração...
Enxuguei do meu rosto as novas lágrimas
e daquela suja calçada, me levantei!
Em passos largos, apressada, andei
para de novo recomeçar,
e o meu passado triste? Ali deixei...
Iraí Verdan
Magé-RJ, 03 de abril de 2014.
Obs.: Esta é uma participação no Exercício Poético da Editora Costelas Felinas - Prosa Afiada ( livro lançado)