Irresistível
Não posso resistir a você.
Aos seus olhos de brilho de cristal.
A sua aura expectorante.
Que expulsa todas as outras auras
Dos umbrais recônditos...
Com som de metal.
Não posso resistir a sua palavra
De fonética perfeita
Sedutora e sibilante
Cheia de contornos labiais
O verbo em você brinca
com os adjetivos.
E flana na valsa sem azul.
E o sujeito sempre acaba solitário.
Sem predicado.
Sem predicativo.
Sem responder
ao verbo transitivo.
Não resisto a você.
Ao seu gingado disfarçado
de marcha.
As suas pernas posadas
em tom de retórica
cruzadas.
E a sua gravata.
Sempre torta.
Sempre de gosto duvidoso.
Sempre a esconder botões
Do controle remoto.
Que há em seu peito.
Que liga e desliga emoções
E dá mute em seus discursos
inflamados.
Sua indumentária é uma bandeira;
Prestigiada.
Lustrosa.
Apavonada.
De requintes geometricamente
confusos.
Não resisto a você...
Meus olhos perseguem
cuidadosamente
a sua passagem.
Cumprimentam suas mesuras
E, depois esquecem-se.
Em devaneios implícitos.
No castelo de areia
Inteiramente pronto
para o mar derrubar.
Estamos juntos.
Como o dia e a noite.
Romance descartável.
Beijos alugados.
E corpo alforriado
Numa alma emprestada.
A liberdade é um tropeço.
Por causa do buraco profundo
da eternidade.
Não resisto a você.
Mas devo confessar:
Bebi demais.
Não posso resistir a você.
Aos seus olhos de brilho de cristal.
A sua aura expectorante.
Que expulsa todas as outras auras
Dos umbrais recônditos...
Com som de metal.
Não posso resistir a sua palavra
De fonética perfeita
Sedutora e sibilante
Cheia de contornos labiais
O verbo em você brinca
com os adjetivos.
E flana na valsa sem azul.
E o sujeito sempre acaba solitário.
Sem predicado.
Sem predicativo.
Sem responder
ao verbo transitivo.
Não resisto a você.
Ao seu gingado disfarçado
de marcha.
As suas pernas posadas
em tom de retórica
cruzadas.
E a sua gravata.
Sempre torta.
Sempre de gosto duvidoso.
Sempre a esconder botões
Do controle remoto.
Que há em seu peito.
Que liga e desliga emoções
E dá mute em seus discursos
inflamados.
Sua indumentária é uma bandeira;
Prestigiada.
Lustrosa.
Apavonada.
De requintes geometricamente
confusos.
Não resisto a você...
Meus olhos perseguem
cuidadosamente
a sua passagem.
Cumprimentam suas mesuras
E, depois esquecem-se.
Em devaneios implícitos.
No castelo de areia
Inteiramente pronto
para o mar derrubar.
Estamos juntos.
Como o dia e a noite.
Romance descartável.
Beijos alugados.
E corpo alforriado
Numa alma emprestada.
A liberdade é um tropeço.
Por causa do buraco profundo
da eternidade.
Não resisto a você.
Mas devo confessar:
Bebi demais.