Dono dos meus caprichos
Vem satisfazer-me agora,
deixa tudo e sobe no teu cavalo alado.
Pega carona com o vento
Ou, como um navio mercante,
ancora no porto da minha vida
e traze o que de melhor tens para mim.
E, ao chegares, faze-te meu
como só tu sabes ser.
Toma a mim e me doma
como preciso ser domada.
Leva-me às maiores alturas e sejamos um,
como já somos abençoados por Deus.
Respeita meu espaço e delimita o teu
para que não usurpamos um do outro em tragédia,
e não permitas que nos percamos no tempo,
no cotidiano vil, nem nas assolações da mesmice.
Inovemos em uma dança, tu e eu, eu e tu,
par perfeito, dançante e cantante na sinfonia da vida.
E, quando o inverno de nossas vidas chegar,
que possamos nos lembrar,
tu de mim, eu de ti,
para sempre nós,
eternamente um.

Texto de Teresa Azevedo retirado do livro “Você, meu porto (2014)

Pinturas de Sir Francis Bernard Dicksee (1853-1928) - pintor e ilustrador inglês da Era Vitoriana.

r:nbm-23/05/18

 
Teresa Azevedo
Enviado por Teresa Azevedo em 16/03/2014
Reeditado em 25/05/2018
Código do texto: T4730657
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