NO AUGE DO ESPETÁCULO...
Nesse palco sagrado
abuso de mil disfarces
Para que tu possas despir-me
de todos os figurinos,
e arrancar as máscaras castas
do meu pudor disfarçado.
A madrugada reacende em nós
nostálgicos murmúrios e tresloucados delírios.
Ao devorar-me assim animalescamente
perco-me em tuas carícias primitivas.
E nesse entrelaçar de corpos,
veementes e perturbadores
de ímpetos desejos febris,
faz-me viajar em dimensões fora de órbita,
numa Via Láctea alucinógena
onde estrelas ardem em demasia,
inertes a qualquer som de aplausos.
E no auge desse espetáculo
fechamos todas as cortinas,
censurando os nossos secretos
e voluptuosos sonhos...