Estranhas Tramas
Seu corpo, todo ele em meus braços envolvido
Minha boca bebendo da sua boca o gemido
Seus seios, contornos voluptuosos de prazer
Jazem nas minhas mãos, feitas para te saciar
Meus dedos correm silenciosos em tua pele
Ouriçados, teus pelos me repelem ....
Num arrepio de frio ou de calor?
Eis a alma de quem nunca verteu o cálice do amor
De quem nunca se entregou as tramas da luxuria
Que nunca se deixou envolver pela loucura,
Pela angustia do desconhecido
Seu corpo lânguido, que aperto ao meu em grande frêmito,
É o mesmo que desmaia desprovido após o coito
Seus cabelos de um negro esmaecido
Vem atiçar de perfumes o meu rosto
E quando as pálpebras cansadas já não se sustem
E Orfeu lança o seu véu de estrelas sobre nós
Jazemos heroicos e saciados...sobre as macias sedas dos lençóis