Estranhas Tramas

Seu corpo, todo ele em meus braços envolvido

Minha boca bebendo da sua boca o gemido

Seus seios, contornos voluptuosos de prazer

Jazem nas minhas mãos, feitas para te saciar

Meus dedos correm silenciosos em tua pele

Ouriçados, teus pelos me repelem ....

Num arrepio de frio ou de calor?

Eis a alma de quem nunca verteu o cálice do amor

De quem nunca se entregou as tramas da luxuria

Que nunca se deixou envolver pela loucura,

Pela angustia do desconhecido

Seu corpo lânguido, que aperto ao meu em grande frêmito,

É o mesmo que desmaia desprovido após o coito

Seus cabelos de um negro esmaecido

Vem atiçar de perfumes o meu rosto

E quando as pálpebras cansadas já não se sustem

E Orfeu lança o seu véu de estrelas sobre nós

Jazemos heroicos e saciados...sobre as macias sedas dos lençóis

Carol S Antunes
Enviado por Carol S Antunes em 22/02/2014
Código do texto: T4702427
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