A beata

A beata

na boate,

sua alma

perde a calma

e dá-lhe um bote.

Com sede ao pote,

mergulha fundo,

se empolga,

se afoba,

se afoga.

A beata é resistente.

Tenta, tenta, tenta,

resistir em vão a provação.

Agora já sem forças

sucumbe a tentação

A fome é evidente

àquele ser temente.

E o ser tão crente,

pra si mente,

o seu lado tão carente.

Livre das amarras

cai na farra.

Se esfrega, se entrega,

a farta e presente

refeição tão quente.

Aos sussurros de emoção,

chorando em oração,

agora experimenta,

a tão sonhada:

salvação.

João Azeredo
Enviado por João Azeredo em 22/02/2014
Reeditado em 12/03/2015
Código do texto: T4701299
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