Pele
Tuas mãos operárias
tecem poesia em minha pele
me fazendo galopar estrelas
para atingir o céu...
Sensações várias
multiplicam-se embaixo das vestes
Enxame de abelhas
produz o mais puro mel...
E a pele se arrepia
em versos que não rimam,
mas traduzem o que o olhar diz!
Os poros todos em ebulição
no descompasso do coração
que nessas horas é aprendiz...
A respiração ofegante
suspensa por um instante
me dá a impressão
de que vou morrer...
Fico sem ar
preciso reaprender a respirar
antes que eu morra de verdade!
O que aconteceu
com tudo que ensaiei?
Por que esqueci o texto
e nem mesmo improvisei?
Por que meu corpo
de repente virou orquestra sinfônica
exalando notas com cheiro de flor?
Por que a vida é tão lacônica
e nós tão complexos?
Por que só consigo entender o sexo
se primeiro eu entender o AMOR?