Pele

Tuas mãos operárias

tecem poesia em minha pele

me fazendo galopar estrelas

para atingir o céu...

Sensações várias

multiplicam-se embaixo das vestes

Enxame de abelhas

produz o mais puro mel...

E a pele se arrepia

em versos que não rimam,

mas traduzem o que o olhar diz!

Os poros todos em ebulição

no descompasso do coração

que nessas horas é aprendiz...

A respiração ofegante

suspensa por um instante

me dá a impressão

de que vou morrer...

Fico sem ar

preciso reaprender a respirar

antes que eu morra de verdade!

O que aconteceu

com tudo que ensaiei?

Por que esqueci o texto

e nem mesmo improvisei?

Por que meu corpo

de repente virou orquestra sinfônica

exalando notas com cheiro de flor?

Por que a vida é tão lacônica

e nós tão complexos?

Por que só consigo entender o sexo

se primeiro eu entender o AMOR?

Ane Rose
Enviado por Ane Rose em 02/12/2013
Código do texto: T4595170
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