DOIS CORPOS ARDENDO
O desejo era mútuo.
Os olhares eram únicos.
E, que olhares!
Eram quase toques.
Momentos de intensa excitação,
Deliciosa sensação,
Tudo em segredo,
Uma espécie de medo.
Não sei de quê, nem de quem,
Talvez, do inconsciente coletivo.
Mas, porque temer?
Não havia motivo.
Havia, sim, urgência,
Premência,
Por algo absolutamente necessário,
Indispensável: o toque.
Aconteceu, enfim.
O bolero foi o estopim.
O fogo incendiou dois corpos,
Que continuaram ardendo, noite adentro.
Jeronimo Madureira
01/12/2013.