A BEBER DA SUA NASCENTE

 



O calor da sua língua
vai me matando à míngua
me queimando
quando sorrateiramente
infiltra meu âmago
tão profundamente.

Arrepiando a minha pele
me ame e me fragele
me devorando inteira
fico louca e fico à beira
da demência que expele
o sumo da minha videira.

Como que em abdução
fico em convalescença
sua pretensa sedução
abranda meus caprichos
seu forte e ávido toque
seus gemidos e cochichos.

Me provoque e me coloque
a beber da sua nascente
fonte rica e conducente
gozo perene e duradouro
que mana incessantemente
relíquias do seu tesouro!