Mascarando...
Refletindo um pouco demais me fiz uma pergunta
Quis saber qual seria dos homens a conquista maior?
Pensei em dedos opositores, pensei nos amores, na labuta
Nos sentidos fiz questão de passar, sabendo que cada um tem seu lugar
Mas tendo a incerteza de que a natureza nenhum privilegiaria
Não queria do mar só o som, dos frutos somente o doce
Queria a sinestesia total dos de todas as cores
Aliás, não seria o tato o melhor paladar?
Como sentir de verdade o gosto daquilo que não se pode tocar
O que seriam os abraços suculentos sem os braços enlaçados
O que seriam dos filhos sem a mãe do lado
O que seria de nós humanos, sem o sentido primário...
Depois de muita reflexão me pus diante da solução
Exclui fogo, polegar, internet, televisão
E entreguei a Deus a força motriz nossa razão de ser
Acho que sem a fantasia nenhum homem iria ser
Ficar sem fantasiar é morrer no fato, é somente estar
Limitar o limbo, matar a semente, esconder a ânsia de um recomeçar
O que seria do inesperado sem o esperado imaginado?
O que seria dos amantes sem a trama inventada?
O que seria dos amores sem a desconfiança de praxe?
Fantasias, ilusões, depressões, realidades
Presos numa só ideia, amantes de qualquer viagem
Queremos sempre fugir do lugar-comum
Não largar o osso sem repensar na carne que ali estava
Amar pobres mundanos, imaginar guerreiros
É alimentar o que de secreto não vive
O que de imaginado não é real
Mas o que somos nós, senão fantasias
Da mais bela ironia de uma força motriz sem energia para trabalhar?
É Deus...e aqui estou de novo a devanear, pecar, duvidar, fantasiar...
Gabriel Amorim 17/09/2013 http://devaneiospalavras.blogspot.com.br/