INSTANTÂNEO
Tenho razão, não vou esperar, vou fazer acontecer, que é o mesmo que dizer, que não consigo adormecer, e agora deu-me para escrever, nem sei o que vou fazer, talvez correr por montes e vales até a natureza me dizer, que frutos eu vou colher das árvores que estão a aparecer, e as águas a correr, num frenesim descontrolado sem saberem p’ra que lado, se para o rio se para o mar, mas algo vai acontecer, e eu agora vou parar, porque senão vais dizer, que eu vou desaparecer e que não te quero ver, mas isso não é verdade, o que é a realidade, é que a visão distante, para além de estar ausente também parece presente o sentimento é diferente porque a ausência cansa, e faz matar a esperança de alguma vez se encontrar quem queremos abraçar de amizade e ternura, coisas que são muito puras, quando o coração está ardente e se sente que não mente, porque o aperto é diferente do que para toda a gente!
As coisas que não te digo
E que queria dizer,
Vou chamar-te meu amor
Pois não me consegui conter!
Queria dar-te um beijinho
Nessa face tão bonita,
Mas a distância é tão grande
Não deixa de ser infinita!
Faz um poema para mim
Com teu talentoso jeito,
Para que eu possa ficar
Um pouco mais satisfeito!
Zé Alfredo
17.08.13